Wednesday, December 20, 2006

Rodrigo Vianna

Coincidiu com o pedido do Serjones para eu atualizar o blog, mas ainda não é desta vez que vou atualizar com um texto meu, como estava pretendendo. Este texto de um ex-repórter especial da Globo, Rodrigo Vianna, foi divulgado ontem, pelo que percebi, mas só li hoje de manhã. Era tão bombástico que fiquei com um pé atrás quanto a sua veracidade, tanto que na mesma hora procurei a fonte original:
Mesmo assim, continuei procurando, para ver se ele teve alguma repercussão. De fato teve, no blog do Mino Carta, como eu já esperava:
Mesmo assim, as pessoas podem pregar peças desagradáveis, mas o texto também foi publicado no Observatório da Imprensa...
...e o mais importante, no Conversa Afiada do Paulo Henrique Amorim, que averiguou sua veracidade e forneceu explicações fundamentais quanto as circunstâncias de sua divulgação, que dirimem qualquer dúvida quanto a boa-fé de Rodrigo Vianna, tirando-o também do alcance da artilharia daqueles que apontavam recalque por não ter seu contrato renovado pela Globo ou enxergavam tibieza em Vianna, por ele não ter confrontado os chefes (ele diz que os confrontou no texto, e ganhou um gancho por isso, como mostra Amorim):
Para quem não estiver com saco de ler o texto original, que se repete em todos os links, com exceção do link que aponta para o blog do editor da Carta Capital: o jornalista Rodrigo Vianna divulgou mensagem que aponta a falta de equilíbrio na cobertura da Globo nas eleições para os principais cargos executivos de 2006. Ou seja, a cobertura jornalística da emissora privilegiou os candidatos do PSDB nas eleições para governador de São Paulo e presidente. O que confirma o que outro repórter da Globo, Carlos Dornelles, disse meses atrás também em uma mensagem interna. E confirma as suspeitas levantadas pela notória matéria da Carta Capital. Parecia-me patente que a cobertura do Globo não estava correta também, na época. Claro que os petistas e aliados que estão se vitimizando e dando uma de inocentes vão fazer um carnaval com isso, mas Rodrigo Vianna está certo em todos os sentidos: a cobertura jornalística tem que ser dura com todos os lados. O texto é demolidor e as referências óbvias a Ali Kamel (que não é citado nominalmente, mas é facilmente identificável no texto) o forçarão a ser mais objetivo e menos sofista agora. Vai ser difícil.
P.S. que não estava na minha postagem original: alguém da chefia da Globo se manifestou sobre o texto do ex-repórter especial da Globo. Foi Luiz Cláudio Latgé, diretor de jornalismo - http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1311111-EI6584,00.html
Pobre Rodrigo Vianna, agora farão de tudo para espezinhá-lo. A torpeza do texto de Latgé está em dizer que ele aguentou um ambiente insuportável por interesse. Qualquer trabalhador é obrigado a conviver com situações com as quais não concorda no serviço, por uma questão de sobrevivência, e jornalistas não são exceção. Mérito tem quem fica neste ambiente para tentar mudá-lo para melhor, mesmo que não externe suas opiniões para o público ou só o faça depois. Tentar desmoralizar Vianna emitindo uma opinião desta é no mínimo um grande equívoco. E o texto é totalmente genérico. Neste ponto Kamel é diligente e rebate acusações citando contra-exemplos concretos. Quando escrevi acima que ele terá que ser mais objetivo quis dizer que ele terá que ser muito mais minucioso para ser convincente. Talvez só um pesquisador que comparasse todo o material citado pelos envolvidos na pendenga possa emitir um juízo definitivo; embora, enquanto espectador, tenho certeza que o lado para o qual foi puxada a sardinha está evidente.