Shooting War

Há muitos anos que não lia algo tão bom originalmente publicado na internet: a HQ online Shooting War pode ser lida de ponta a ponta na faixa e é incrivelmente perspicaz. A história se passa em 2011, quando um videoblogger chamado Jimmy Burns filma acidentalmente a explosão do próprio prédio por um grupo terrorista e se torna uma celebridade midiática. Burns, mesmo sendo de esquerda, fica sem grana e é obrigado a baixar a bola para os argumentos de um executivo de direita, aceitando um trabalho em uma rede de TV sensacionalista que foca a Guerra do Iraque. Contra sua vontade, Burns sai dos Estados Unidos e se vê em meio a uma trama que explora os possíveis desdobramentos da situação obtusa na qual o atual "Imperium" se meteu. A arte da história, de Dan Goldman, é bem legal e pega alguns momentos fora do convencional. Porém, o forte mesmo é o roteiro, escrito pelo jornalista Anthony Lappé, editor executivo do site da Guerrila News Network. O único senão, entretanto, é no próprio texto: Lappé é meio prolixo, talvez por não ser originalmente um escritor de HQ, pois se fosse o caso provavelmente delegaria mais informações para o desenhista. No entanto, ele envereda por caminhos fascinantes e surpreendentes justamente por seu conhecimento de causa.
Infelizmente, para aproveitar melhor a HQ é preciso ter o inglês afiado, mas penso que não é necessário um bom conhecimento dos meandros da política norte-americana e da geopolítica do Oriente Médio. Basta um mínimo de informação para adquirir mais conhecimento ainda. Li os nove primeiros capítulos de uma vez só. Atualmente Lappé diz que está trabalhando no último capítulo. A história está estancada no décimo capítulo e inicialmente as atualizações eram semanais. Como os capítulos finais estão demorando, supõe-se que vem coisa fina por aí.
Para quem quiser arriscar, o link está aí. Recomendo e muito. Boa leitura.

http://smithmag.us/shootingwar/index.php

Sessão cancelada

Não vai mais rolar o Machuca essa semana, graças a conflitos na agenda da Cia Bella de Artes, que se esqueceu que abriga um cineclube.

Machuca

O filme do cineclube na noite da próxima quinta-feira é Machuca, elogiado drama de Andrés Wood. Para entregar o menos possível da trama, adianto apenas que os protagonistas estão na infância enquanto Pinochet dá o golpe militar no Chile em 1973. Espero mais uma vez que mais gente apareça. Esse mês, depois do primeiro ciclo feito com sucesso, está fraco.

P.S. - Plata Quemada é "o" filme!

Plata Quemada

O próximo filme a passar no cineclube será Plata Quemada, dirigido por Marcelo Piñeiro em 2000. Só tenho boas referências desta leva do cinema argentino. Espero que mais gente apareça dessa vez. Já era esperado que a freqüência ao cineclube caísse com o fim do ciclo de filmes sobre skate, vamos ver se agora vamos retomando aos poucos a boa freqüência do primeiro mês.

Lembrando que os filmes do Cineclube Luz, Cãmara, Reflexão sempre são exibidos às oito da noite de quinta-feira, na Cia Bella de Artes, Pilotis do Manhattan, com entrada gratuita.

Los Olvidados

Amanhã, dia três de agosto, vai passar Os Esquecidos, do Buñuel, no cineclube. Tem um filme de Hollywood, estrelado pela Juliane Moore, com o mesmo nome em português (The Forgotten, originalmente). Já me perguntaram se é o mesmo filme. Bem, me disseram que o último é um filme legal, mas duvido muito que seja tão bom quanto o "original", digamos assim. A entrada é franca e o filme inaugura o ciclo de filmes latino-americanos.