Carnaval é uma merda
Lembro quando comecei a achar o carnaval algo idiota. A explosão da Challenger foi em 1986, e no carnaval daquele ano (ou no do seguinte, mas pelo que me lembro a explosão foi no início de 86, então foi naquele carnaval mesmo) meus pais me levaram para uma matinê junto com meus irmãos.
Lembro-me de andar na praça para chegar ao local, de estar um clima legal, de ver crianças soltando bolhas de sabão. Então entramos no salão: um monte de criancinhas chatas correndo de um lado pro outro, aquelas músicas de sempre. Não entendi porque se pagava pra entrar lá. Estava chato, mas não estava horrível. Talvez meus irmãos tenham se divertido, não me lembro mais. Não foi nada marcante, exceto por um detalhe: uma das pinturas nas paredes era a da explosão da Challenger. Mesmo aos onze anos, achei o cúmulo da idiotice; o que tem a ver a morte de sete astronautas com uma festa teoricamente alegre? Isso tinha que ser em uma cidadezinha besta como Poços de Caldas mesmo. Hoje vejo como isso é relacionado com a mentalidade provinciana da cidade, que cultua tudo que é arcaico. Os tabaréus comemoram mesmo a explosão de qualquer um que possa significar conhecimento real para a humanidade.
Depois disso, comecei a reparar o que era o carnaval, na real: um monte de idiotas se divertindo à custa dos outros. Bem naquele estilo Jorge Perdigoto, a paródia de carnavalescos cafajestes feita pelos caras do Hermes e Renato.
No fim da adolescência, capitulei e até enchi a cara em alguns carnavais, mas os melhores que passei foram os que me diverti de verdade, longe de imbecis.
Lembro-me de andar na praça para chegar ao local, de estar um clima legal, de ver crianças soltando bolhas de sabão. Então entramos no salão: um monte de criancinhas chatas correndo de um lado pro outro, aquelas músicas de sempre. Não entendi porque se pagava pra entrar lá. Estava chato, mas não estava horrível. Talvez meus irmãos tenham se divertido, não me lembro mais. Não foi nada marcante, exceto por um detalhe: uma das pinturas nas paredes era a da explosão da Challenger. Mesmo aos onze anos, achei o cúmulo da idiotice; o que tem a ver a morte de sete astronautas com uma festa teoricamente alegre? Isso tinha que ser em uma cidadezinha besta como Poços de Caldas mesmo. Hoje vejo como isso é relacionado com a mentalidade provinciana da cidade, que cultua tudo que é arcaico. Os tabaréus comemoram mesmo a explosão de qualquer um que possa significar conhecimento real para a humanidade.
Depois disso, comecei a reparar o que era o carnaval, na real: um monte de idiotas se divertindo à custa dos outros. Bem naquele estilo Jorge Perdigoto, a paródia de carnavalescos cafajestes feita pelos caras do Hermes e Renato.
No fim da adolescência, capitulei e até enchi a cara em alguns carnavais, mas os melhores que passei foram os que me diverti de verdade, longe de imbecis.