Friday, March 08, 2024

Cursinho Educafro está com inscrições abertas para a turma de 2024

As inscrições para a turma de 2024 do curso pré-vestibular comunitário Educafro em Poços de Caldas estão abertas e vão até o dia 22 de março, das 19:00 às 22:00, na sala 22 do prédio administrativo do IFSULDEMINAS, que está localizado na Avenida Dirce Pereira Rosa, 300, Jardim Esperança. Para efetuar a inscrição, que é gratuita, o candidato deverá levar uma foto 3x4, cópias dos comprovantes de renda familiar e cópias do comprovante de escolaridade (histórico escolar ou diploma do ensino médio). Há também a opção de inscrição online, na qual devem ser anexados os mesmos documentos.

As atividades são presenciais e em uma sala cedida pelo campus local do próprio IFSULDEMINAS (Instituto Federal do Sul de Minas Gerais), na zona sul. As aulas terão início em 25 de março. O cursinho é destinado a estudantes de baixa renda provenientes do ensino médio da escola pública ou com bolsa integral em escolas particulares. A seleção será feita em 23 e 24 de março, quando serão convocados os selecionados, seguindo não só critérios socioeconômicos, mas também étnicos e de idade; ou seja, ser negro, indígena, LGBTQIAP+ e/ou estar há mais tempo longe das salas de aula conta para ser selecionado prioritariamente, pois o curso tem caráter inclusivo. Apesar de ser formalmente ligado aos franciscanos, o curso é laico, não sendo a religião, ou mesmo a ausência dela, critério para a seleção. Todos os professores e coordenadores são voluntários.

O Educafro é um movimento social que atua em rede e foi fundado pelo Frei David Santos na Baixada Fluminense, no município carioca de São João do Meriti, em 1993. Por essa razão o cursinho possui em sua grade a disciplina Cultura e Cidadania, na qual são abordadas questões sociais como identidade de gênero, racismo, homofobia, transfobia, misoginia, direitos reprodutivos e outras temáticas relativas aos Direitos Humanos. O núcleo do Educafro em Poços foi fundado há vinte anos pela ONG Credhep (Centro Regional de Direitos Humanos e Educação Popular), de quem também partiu a iniciativa da implantação do Conselho Tutelar na cidade, e chama-se Laudelina de Campos Melo em homenagem à poços-caldense que foi a fundadora do primeiro Sindicato de Domésticas do Brasil e, também, militante antirracista que se voluntariou a lutar contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial.

Caso o candidato seja aprovado na seleção, há uma colaboração voluntária e mensal de R$ 10,00 que é usada para manutenção do curso e materiais para os alunos. Mais informações sobre o voluntariado ou as inscrições podem ser obtidas por mensagem ou ligação para 99198-7660 (Jenifer). Além disso, o e-mail pocos.educafro@gmail.com, a página do Instagram (educafropocos) ou a página no Facebook (Educafro – Poços de Caldas) também estão disponíveis para sanar dúvidas. 

Texto: Daniel Souza Luz

Revisão: Jeniffer Silva

Foto: Felipe Martins




Friday, March 03, 2023

Curso pré-vestibular comunitário Educafro abre inscrições para a turma de 2023

As inscrições para a turma de 2023 do cursinho pré-vestibular comunitário Educafro em Poços de Caldas serão abertas na próxima segunda-feira, dia 27 de fevereiro, e ocorrerão até o dia três de março, das 19:00 às 22:00, na sala 22 do prédio administrativo do IFSuldeminas, que está localizado na Avenida Dirce Pereira Rosa, 300, Jardim Esperança. Para efetuar a inscrição, que é gratuita, o candidato deverá levar uma foto 3x4, cópias dos comprovantes de renda familiar e cópias do comprovante de escolaridade (histórico escolar ou diploma). As atividades são presenciais em uma sala cedida pelo campus local do próprio Instituto Federal do Sul do Minas, na zona sul.

As aulas terão início em 13 de março. O curso é destinado a estudantes de baixa renda provenientes do ensino médio da escola pública ou com bolsa integral em escolas particulares. A seleção será feita entre seis e sete de março, quando serão convocados os selecionados, seguindo não só critérios socioeconômicos, mas também étnicos e de idade; ou seja, ser negro, indígena e/ou estar há mais tempo longe das salas de aula conta para ser selecionado prioritariamente, pois o curso tem caráter inclusivo.

Entre quem estudou no curso em 2022, Lilian Matias foi uma das alunas que conquistou uma vaga numa universidade pública: quarto lugar em Pedagogia na UEMG. “A minha experiência no cursinho pré-vestibular Educafro foi maravilhosa, não contribuiu apenas para os vestibulares, mas para a minha vida em geral. Depois da trajetória no cursinho minha mente abriu e fiz coisas que nem sabia que era capaz. O ensino é maravilhoso e abriu novas oportunidades na minha vida. Os professores são super atenciosos e ajudam no que precisarmos, fico feliz por ter tido essa experiência. Foi essencial para a realização do meu sonho de entrar na universidade”, relata Lilian.

Apesar de ser formalmente ligado aos franciscanos, o curso é laico, não sendo a religião, ou mesmo a ausência dela, critério para a seleção. Todos os professores e coordenadores são voluntários.

O Educafro é um movimento social que atua em rede e foi fundado pelo Frei David Santos na Baixada Fluminense, no município carioca de São João do Meriti, em 1993. Por essa razão o cursinho possui em sua grade a disciplina Cultura e Cidadania, na qual são abordadas questões sociais como identidade de gênero, racismo, homofobia, transfobia, misoginia, direitos reprodutivos e outras temáticas relativas aos Direitos Humanos. O núcleo do Educafro em Poços foi fundado há vinte anos, a serem completados em julho deste ano, e chama-se Laudelina de Campos Melo, batizado em homenagem à poços-caldense que foi a fundadora do primeiro Sindicato de Domésticas do Brasil.

Caso o candidato seja aprovado na seleção, há uma colaboração mensal de R$ 10,00, que é usada para manutenção do curso e materiais para os alunos. Mais informações sobre o voluntariado ou as inscrições podem ser obtidas por mensagem ou ligação para 99198-7660 (Jenifer) ou 98803-3526 (Tiago). Além disso, o e-mail pocos.educafro@gmail.com ou a página no Facebook: Educafro – Poços de Caldas também estão disponíveis para sanar dúvidas.

Texto: Daniel Souza Luz

Revisão: Juliana Gandra  

Foto: Felipe Martins




Saturday, February 26, 2022

Curso pré-vestibular comunitário Educafro abre inscrições para a turma de 2022

O cursinho pré-vestibular comunitário Educafro em Poços de Caldas abriu suas inscrições para a turma de 2022. Neste ano as aulas voltarão a ser presenciais, em uma sala cedida pelo campus local do Instituto Federal do Sul do Minas, na Zona Sul, após terem sido feitas de forma remota durante todo o ano passado. As inscrições são gratuitas e estarão abertas do dia 21/02 a 01/03, apenas de forma online, através de formulário que será disponibilizado na página Educafro Poços de Caldas no Facebook.

As aulas terão início em 07/03 e a aula inaugural será ministrada pela professora Tita, como é mais conhecida a ex-vereadora Maria José de Souza, que fez história na educação do município. O curso é destinado a estudantes de baixa renda provenientes do ensino médio da escola pública ou com bolsa integral em escolas particulares. A seleção será feita entre dois e quatro de março, seguindo não só critérios socioeconômicos, mas também étnicos e de idade; ou seja, ser negro e/ou estar há mais tempo longe das salas de aula conta para ser selecionado prioritariamente, pois o curso tem caráter inclusivo. Apesar de ser formalmente ligado aos franciscanos, o curso é laico, não sendo a religião, ou mesmo a ausência dela, critério para a seleção. Todos os professores e coordenadores são voluntários.

O Educafro é um movimento social que atua em rede; foi fundado pelo Frei David Santos na Baixada Fluminense, no município carioca de São João do Meriti, em 1993. Por isso o cursinho possui, em sua grade, a disciplina Cultura e Cidadania, na qual são abordadas questões sociais como identidade de gênero, racismo, homofobia, transfobia, sexismo, direitos reprodutivos e outras temáticas relativas aos Direitos Humanos. O núcleo do Educafro em Poços funciona desde 2003 e chama-se Laudelina de Campos Melo, batizado em homenagem à poços-caldense que foi a fundadora do primeiro Sindicato de Domésticas do Brasil.

Caso o candidato seja aprovado na seleção, há uma colaboração anual de R$ 50,00, que é usada para manutenção do curso e materiais para os alunos. Não são cobradas mensalidades. Mais informações sobre o voluntariado ou as inscrições podem ser obtidas por mensagem ou ligação para 98838-9741 (José Mário) ou 98803-3526 (Tiago). Além disso, o e-mail pocos.educafro@gmail.com ou a página no Facebook: Educafro – Poços de Caldas também estão disponíveis para sanar dúvidas.

Texto: Daniel Souza Luz

Revisão: Juliana Gandra              

Foto: Diogo Lira

Encontro do Educafro Minas no Centro de Cultura Afro-brasileira Chico Rei, zona oeste de Poços de Caldas/MG, 2016. Foto gentilmente cedida pelo ex-aluno Diogo Lira.

Monday, December 16, 2019

Deep Fakes: estamos lascados

Li meses atrás um artigo fascinante do engenheiro Marcos Pereira-Barreto, professor da Politécnica da USP, e descobri o conceito do Vale da Estranheza. Saiu na Revista da Cultura; infelizmente não está disponível online. Em suma, é um conceito criado pelo roboticista japonês Masahiro Mori, nos anos 1970, quando ele estudou a interação de humanos com máquinas: quando robôs lembram vagamente humanos, simpatizamos com eles; quando se tornam muito iguais, sentimos repulsa. Pensei nisto ao finalmente assistir Rogue One, ontem à noite. A "aparição" de Carrie Fisher em CGI é ridícula. Fui pesquisar e o rosto jovem, de filmagens da arquivo, foi inserido eletronicamente sobre o de outra atriz, além da voz. Notei imediatamente a entrada no Vale da Estranheza, devido aos olhos, e fiquei muito incomodado com a tosquice num filme que tem bom uso de efeitos especiais. Mas, até aí, o conceito de Mori trata de estética. Só que há um problema ético que vai além do uso da imagem de atores e atrizes já falecidos: ao ler a respeito da produção, fiquei estupefato. Achei que tinham usado um sósia de Peter Cushing no papel do General Tarkin, a semelhança era impressionante. No entanto, foi usado a mesma técnica: o rosto dele foi sobreposto ao de outro ator. Eu não notei em momento algum nada que parecesse artificial e Cushing morreu há um quarto de século. Quando a técnica se vulgarizar de vez, deep fakes, me parece, vão manter no poder gente pior do que quem hoje o ocupa. Achei uma boa reportagem recente a respeito do assunto, sobre um filme evidentemente bobo, que não tem a profundidade do artigo de Pereira-Barreto, mas cuja leitura é muito didática.

Este texto é uma pequena reflexão que publiquei originalmente no Facebook, mas que achei por bem deixar registrada em outra plataforma.

Pôster promocional de Rogue One, filme de 2016.

Thursday, February 21, 2019

Zelo

A ideia tornou-se recorrente. Tudo o que vem acontecendo deixa-me mais desgostoso. Nada permanece. A maioria dos meus livros, que guardei com tanto zelo durante todos estes anos, foram roídos por traças, carunchos, sei lá. Trabalhei demais, tornei-me um workaholic ao longo do ano passado. Nem me senti pressionado a fazer isso por patrões ou colegas, mas sentia-me tão angustiado ao chegar no horário certo em casa, com tantos projetos em mente e tão pouco tempo para viabilizá-los, que passei a dar uma de rapaz responsável. Não conseguia escolher um dos meus sonhos para concretizá-los, deixava tudo pela metade.
Por acaso, encontro-a na rua. Irritado com o abandono e com tudo o mais, disse o que sempre dizia nas antigas. Que estava com vontade de morrer. “Não fala isso, você é tão novo, tanta gente queria ter sua saúde”, blábláblá. Conhecia a velha ladainha. Desta vez falei com sinceridade. Antes dizia isso para que ela me acalentasse depois do esporro. Mas todos temos uma imagem a gelar agora. Sim, gelar. Não há nada mais a zelar. Seremos apenas isso, congelados até o fim, porque nossas escolhas foram encerradas, agora temos que vivê-las e não há volta. Ao menos, ela me aquece com um café, mas, enquanto conta-me as travessuras da filha e as noias do corno que a sustenta, não consigo deixar de pensar de que preferia quando ela se esgueirava debaixo das minhas cobertas para sumir assim que eu adormecia.

Daniel Souza Luz é jornalista e revisor

Zelo saiu no Jornal da Cidade (Poços de Caldas/MG) em 16 de fevereiro de 2019. É uma versão levemente retrabalhada de um conto meu de mesmo nome, publicado aqui no blog em oito de janeiro de 2007.


Zelo saiu no canto esquerdo inferior da página oito da edição 6980 do Jornal da Cidade.

Monday, February 18, 2019

Educafro abre inscrições para a turma de 2019

“Agradeço a todos os professores do Educafro por tudo que fizeram por nós em 2018. Fui aprovada em Geografia no Instituto Federal do Sul de Minas Gerais”, comemora a auxiliar de farmácia Jéssica Batista. Ela é mais uma das centenas de estudantes que passaram pelo núcleo poços-caldense do curso pré-vestibular comunitário Educafro, que foi fundado em meados de 2003, e que ingressaram numa universidade pública.
As inscrições do curso para a turma de 2019, gratuitas, estarão abertas de 18 a 22 de fevereiro (de segunda a sexta-feira desta semana) das 19:00 às 22:00, na sala 13 do campus local do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, na Avenida Dirce Pereira Rosa, 300, no Jardim Esperança. É necessário levar uma foto 3x4 e xeroxes dos comprovantes de renda familiar (holerites de quem mora na mesma residência dos candidatos à vaga) e do comprovante de escolaridade.  As aulas terão início no dia 11 de março.
O cursinho pré-vestibular Educafro atende estudantes de baixa renda provenientes do ensino médio da escola pública ou com bolsa integral em escolas particulares. A seleção segue não só critérios socioeconômicos, mas também étnicos e de idade, ou seja, ser afrodescendente e estar há mais tempo longe das salas de aula conta para ser selecionado, pois o curso tem caráter inclusivo. Ainda que seja formalmente ligado aos franciscanos, o curso é laico, não sendo a religião ou a falta dela critério para a seleção. Todos os professores e coordenadores são voluntários.
 O Educafro não é um curso pré-vestibular convencional e sim um movimento social que atua em rede, fundado na Baixada Fluminense no começo dos anos noventa. Por isso, possui em sua grade a disciplina Cultura e Cidadania, na qual são abordadas questões sociais como identidade de gênero, racismo, homofobia, transfobia, sexismo, direitos reprodutivos e outras temáticas relativas aos direitos humanos. Neste ano o curso firmou uma parceria com o Coletivo Negro Poços de Caldas; parte do integrantes também estão atuando como voluntários do Educafro Poços, núcleo Laudelina de Campos Melo.
Caso o candidato a uma vaga seja aprovado, há uma colaboração anual de R$ 50,00 – usada para manutenção do curso e materiais para os alunos. Não são cobradas mensalidades. Mais informações sobre o voluntariado ou as inscrições podem ser obtidas ligando para 98803-3526, com Tiago, ou mandando mensagem no aplicativo Whatsapp para 98805-7923, com Daniel. Além disso, também está disponível o e-mail educafropcaldas@yahoo.com.br e a página no Facebook: Educafro – Poços de Caldas.
Texto: Daniel Souza Luz
Foto: José Mário Andrade
Release que distribuí para a imprensa local no dia 18 de fevereiro de 2019.

Aula do Educafro em meados de 2018 na sala 13 do IFSuldeMinas

Tuesday, April 03, 2018

Educafro faz aula inaugural de 2018

Após dificuldades para encontrar uma nova sede, o curso pré-vestibular comunitário Educafro iniciou o ano letivo de 2018 na noite desta segunda-feira, dia dois de abril, na sala 13 do campus de Poços de Caldas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais.
A aula teve início com apresentação da história do núcleo Laudelina de Campos Melo, nome adotado pelo Educafro em Poços de Caldas. O professor Tiago Mafra também rememorou a trajetória da poços-caldense Laudelina como líder pelo reconhecimento dos direitos das empregadas domésticas, além explicar os objetivos do curso enquanto movimento social. O coordenador e ex-aluno José Mário Pereira Carvalho Andrade explanou as normas que norteiam a convivência e o funcionamento do cursinho no IFSULDEMINAS, que estabeleceu a parceria com o Educafro neste ano.
Após o intervalo, a professora Maria José de Souza, a Tita – veterana militante do movimento negro na cidade, ex-vereadora e pesquisadora –, fez a aula inaugural contextualizando historicamente o racismo no Brasil desde a colonização, analisando suas implicações na atualidade, decorrentes daquele modelo político, econômico e social. Com bom humor, ela instigou os estudantes a participarem da conversa e eles trouxeram reflexões sobre preconceitos contra indígenas e religiões afro-brasileiras.
O núcleo Laudelina de Campos Melo existe em Poços de Caldas desde 2003. O Educafro é um curso que promove a inclusão de alunos de baixa renda e da população negra na universidade, focando no ensino público. As aulas são de segunda a sexta, das 19:00 às 22:30, e todos os professores e coordenadores são voluntários.
Texto: Daniel Souza Luz
Foto: Felipe Martins  


Release que escrevi para ser distribuído para a imprensa poços-caldense e do sul de Minas Gerais em três de abril de 2018